Aprendendo a ser Tolerante


Nas igrejas por vezes temos a tendência de olhar para o exterior das pessoas em vez de olharmos para o interior e estabelecemos padrões, rotulamos as pessoas não conseguindo por vezes distinguir o imoral do ilegal. Nem tudo o que consideramos imoral é ilegal. A Bíblia nos ensina que não devemos cobiçar, esta é uma questão moral tão séria que foi incluída como um dos dez mandamentos. O orgulho é um pecado moral, talvez o pior pecado, mas não é um acto ilegal. Como cristãos temos a obrigação de seguir os mandamentos de Deus, mas não podemos cair no erro de transformar esses mandamentos morais em leis a serem cumpridas pela sociedade como um todo.

Temos que aprender a separar o pecado do pecador, opondo-se a um enquanto se abraça o outro, pois a ligação afectiva é uma das necessidades básicas do ser humano. Nos tempos que correm, as pessoas vivem atarefadas com as suas vidas, metidos consigo mesmo, revelando dessa forma uma fome por relacionamentos. Esta necessidade só é suprida quando ocorre um relacionamento saudável com Cristo e com o seu corpo, quando as pessoas compartilham as suas vidas, os seus problemas, demonstrando a graça e a verdade de Deus de uma forma tangível. Se conseguirmos ser honestos uns com os outros no contexto da graça, permite que Deus faça a sua obra em nós e por meio de nós. O que as pessoas precisam é de graça e verdade, um ambiente onde não sejam condenadas, mesmo que fracassem, e onde ouçam a verdade de que somos incapazes de nos tornarmos o que Deus deseja, por nós próprios, sem Deus não somos nada, tudo o que somos e o que temos devemos a Ele. Isto remete-nos para uma dependência do Espírito de Deus, a fim de recebermos o que somos incapazes de prover para nós mesmos.

Como cristãos temos que aprender a movermo-nos em amor, compaixão e misericórdia para com aqueles que são diferentes de nós, não considerando alguns pecados piores que outros e alguns pecadores inaceitáveis. O evangelho apresenta altos ideais mas, também nos mostra uma graça abrangente.

A única esperança para qualquer um de nós, independentemente dos nossos pecados particulares, reside na inabalável confiança num Deus que inexplicavelmente ama pecadores, inclusive aqueles que pecam de maneiras diferentes de nós.

Mª Inácia Armando

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